Os carros criados por Ford e pelas companhias fabricantes de época eram considerados como luxo e símbolo de status por serem “feitos à mão” e, portanto, extremamente caros e isto incomodava Ford que dizia que preços altos dificultavam a expansão do mercado. “Eu vou construir um carro para as multidões”, dizia ele. “Assim como um pino é igual a outro pino quando sai da fábrica, e um palito de fósforo é exatamente igual ao outro, assim serão os carros.”
Os automóveis de então eram muito pesados e Ford se dedicou a eliminar o desnecessário dos seus carros tornando-os assim não só mais baratos, mas também mais econômicos. Finalmente em 1o. de outubro de 1908 o famoso Modelo T é lançado. Nos anos iniciais, este automóvel era fabricado da mesma maneira que qualquer outro no país, mas a crescente demanda obrigou Ford a repensar o modelo de fabricação dos seus carros.
Embora tido popularmente como tal, Henry Ford não foi o inventor do automóvel e tampouco da esteira em linha de montagem. Mas certamente foi ele quem revolucionou completamente o uso desse dois. Certa vez em visita a um açougue, viu como um boi pendurado em um trilho passava por diversos homens, cada um ia tirando um corte de carne, até que, “no fim da linha”, sobrava só a carcaça. Ford utilizou esse princípio só que ao contrário. Seus operários ficariam parados agregando partes à carcaça do automóvel à medida que esse ia passando por eles sobre uma esteira – e mais tarde pendurado em trilhos. Quando esta técnica foi amplamente utilizada em suas fábricas, o tempo de montagem do chassis do Modelo T caiu de 12 horas e 30 minutos para 5 horas e 50 minutos. Em 1914, 13 mil trabalhadores na Ford produziram 260.720 automóveis. Em comparação, o resto da indústria usou 66 mil trabalhadores para produzir 286.350 automóveis.