Quando a NASA iniciou o lançamento de astronautas, logo descobriram que as canetas não funcionariam em gravidade zero.
Para resolver esta questão, contrataram a Andersen Consulting, hoje Accenture.
Empregaram uma década e 12 milhões de dólares. Conseguiram desenvolver uma caneta que escrevesse com gravidade zero, de ponta cabeça, debaixo d’água, em praticamente qualquer superfície incluindo cristal e em variações de temperatura desde abaixo de 0 ate mais de 300 Celsius…
…Os russos utilizaram um lápis.
A solução e o problema dos russos
Quando nos deparamos com um tipo de problema, é comum as pessoas ficarem pensando nele. Fomos condicionados culturalmente a matutar em cima daquilo que nos atrapalha e aflige de maneira circular. O que quero dizer com isso? É muito simples. Um pensamento circular significa que:
- Você pensa em “algo”
- Então reflete sobre os desdobramentos desse “algo”
- Por fim, você retorna a pensar nesse “algo”
Isso é particularmente real quando se trata de problemas. Algumas pessoas parecem ter caído no ciclo vicioso do pensamento circular. Como isso se aplica a história dos americanos e russos (e suas canetas e lápis)?
A atitude dos americanos em investir milhões para fabricar uma caneta pronta a qualquer ambiente focava claramente na qualidade do produto. No entanto, não houve eficiência: o projeto demorou anos, foi extremamente caro e – pelo menos no início – casou apenas a impressão de um luxo qualquer.
Os russos, por sua vez, foram extremamente eficientes. Utilizaram um material de baixo custo e fácil produção. No entanto, a qualidade ficou relegada a segundo plano. Não à toa, ocorreram sérios problemas para se fazer anotações legíveis no espaço, quebra de pontas de lápis e – consequentemente – entraves nas atividades.
Houve uma excessiva preocupação com o problema e passou-se um bom tempo nele. Seus desdobramentos só aumentavam e voltava-se, no fim, a ele. Eis o “x” da questão. ue
Como combinar, então, eficiência com qualidade?
Nem russos, nem americanos!
Ambos, americanos e russos, a despeito de terem encontrado a solução para um problema em comum, ficaram excessivamente a mercê de condições externas. Isto, para o empreendedorismo, é péssimo.
Todo negócio, de algum modo, dependerá de fatores que fogem ao seu controle. No entanto, é preciso tomar cuidado quando isto se torna o pilar da situação. É possível que se perca eficiência para manter a qualidade, ou o inverso. Dependendo do caso, até mesmo os dois.
Quando se comunica a necessidade de pensar na solução, em vez do problema, significa dizer que ocorrerá uma inversão no modo como se processa uma situação desafiadora. A partir do momento que isto se torna um hábito, eficiência e qualidade combinam-se. Isto também quebra com o pensamento circular.
Mas… Do que está se falando realmente? A que inversão se refere?
Quando focamos no problema, imaginamos que devemos resolvê-lo. Não é? E se eu disser que não é bem por aí?
Antes de continuarmos… Além desse conteúdo que está lendo agora, que tal receber no seu e-mail um e-book gratuito e de quebra dicas periódicas sobre como montar um negócio de sucesso? Então inscreva já o seu melhor e-mail abaixo!
Da filosofia reducionista do problema para o pensamento holístico da solução
E se em vez de você focar no problema, comece pensar na necessidade de melhorar o negócio, o empreendimento, o produto, o que for?
A lógica é mais simples do que aparenta. Quando a questão é a problemática, restringe-se o pensamento a um ponto específico a ser resolvido. É focal e reducionista. Os russos e americanos teimaram com suas canetas e lápis. E, se em vez disso, houvesse um investimento para que se criasse áreas pressurizadas com gravidade gerada pela nave?
Isso ocorreu futuramente, porém a curto e médio prazo era mais vantajoso do que gastar milhões com caneta. De quebra, a nave receberia melhorias e avanços tecnológicas ocorreriam em razão disso. A qualidade estaria garantida. A eficiência nem se fale.
Você pode se perguntar se isso não pode se mostrar caro em determinados contextos. A reposta é: sim e não. Isto ocorrerá caso o planejamento realizado seja inviável – não que o foco da solução seja “problemático”.
É preciso entender que estamos falando de uma proposta adaptável por natureza. A solução que se procura é o próprio empreendedorismo que dirá: com seu plano de negócio, visão de mundo e pressão do mercado. Pelo contrário, focar no problema pode ser o tiro cego incapaz de perceber essa dinâmica.
A solução: uma mudança voltada ao futuro
Uma compreensão importante a se fazer é a de que pensar em soluções é sair do presente, para se projetar no futuro. Isto requer uma boa dose de planejamento e criatividade.
Já compreendemos que este tipo de filosofia nos coloca em posição de pensar num todo em funcionamento, em vez da simples soma das partes. Quando se tem esse tipo de visão, fica fácil concluir que esse mesmo todo sustentável receberá pressões ainda maiores no futuro para se manter – pela sua própria expansão.
Você pode dizer: eu já penso em tudo isso!
Pensa mesmo?
Convido-lhe a refletir sobre tudo o que leu, com calma. Depois repasse a forma como tem gerido seu negócio. Responda a três perguntas:
- minhas “soluções” combinam eficiência com qualidade?
- estou resolvendo um problema ou melhorando meu negócio?
- o meu planejamento foca somente no presente ou também no futuro?
Caso esses três requisitos estejam sendo preenchidos, então o seu empreendedorismo certamente já segue caminhos mais saudáveis. Se não – e seja sincero – , será interessante revisitar seus valores.