Certa vez eu estava prestando consultoria a uma Startup que desejava desenvolver uma marca de camisa. A meta do grupo era a de produzir uma logo chamativa e bem humorada, como a Bazinga. O grupo estava na dúvida sobre um produto experimental para mostrar a uma clientela.
Indaguei a equipe o que tinham em mente; foram taxativos – produziriam uma vestimenta do melhor tecido e entregariam num sorteio a algumas pessoas. Questionei por quanto ficaria o investimento e logo notei que o produto final lhes daria um bom custo (ainda mais para quem estava começando).
Foi então que comecei a jogar algumas perguntas ao grupo:
- O que será mais relevante no produto final? Qual será o atrativo: a camisa ou a marca?
- Qual a real diferença entre esse produto experimental e o final?
- Qual a estratégia caso o resultado desse produto inicial não for positiva?
As respostas da Startup resumiram-se a essas: 1) o atrativo é a marca; 2) não havia grandes diferenças entre o produto final e o inicial; 3) o grupo não fazia ideia do que fazer caso sua experimentação com os clientes não fosse para frente.
Ao levar a equipe a refletir sobre os passos que estavam tomando, pude abordar o assunto deste artigo: a relevância de produto minimamente viável, ou MVP em inglês – como é mais conhecido.
O que é um MVP, afinal?
O produto mínimo viável é a versão mais simples de um produto a ser lançado no mercado. Para facilitar o entendimento, voltemos a história acima.
Aquela Startup possuía a consciência da importância de montar um produto experimental para sentir a reação do mercado. No entanto, ficou claro com as perguntas que a equipe não possuía a noção do que era um produto minimamente viável.
O MVP é essencialmente diferente do produto final. Ele é um teste, portanto nem se quer faz sentido fazer um investimento similar nas duas fases.
Outro ponto importante: o produto mínimo viável não necessariamente lida com a segmentação física da sua ideia. No relato acima, pudemos perceber que havia uma preocupação em logo produzir as camisas. No entanto, a própria equipe admitira que o foco estava na marca.
Então por que não centrar o MVP na marca? Sugeri em seguida que a Startup realizasse algum tipo de campanha com a logomarca, para vermos se a ideia seria bem recebida. Depois – aí sim – poderíamos pensar em outro MVP envolvendo regatas.
E ainda assim – ressaltei a eles – pensaríamos em opções de tecido de acordo com o orçamento da empresa. Seria inconsequente fazer um sorteio, em que as pessoas não pagariam, para entregar-lhes um poliéster.
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MVP: o início da aprendizagem, no lugar da busca pela perfeição
Um MVP vai ajudar você a iniciar o processo de aprendizado junto ao cliente da forma mais rápida possível, pois poupa tempo e esforços. E ao contrário do desenvolvimento tradicional de produtos, que geralmente envolve um longo e pensativo período de incubacçãoo e busca a perfeiçãoo do produto, o objetivo do MVP é começar o processo de aprendizagem – em vez de finalizá-lo.

Crie o Mínimo Produto Viável
Ao contrário de um teste de protótipo ou conceito, um MVP foi concebido não apenas para responder questões sobre o design e questões técnicas; seu objetivo é testar as hipóteses fundamentais do negócio, aquilo que o empreendedor acredita que de fato fará o sucesso do seu produto ou serviço.
A fase de validação em conjunto com a criação do MVP estão em constante mudança pois mesmo após a conversa com diversos clientes podem surgir melhorias e aprendizados no sentido de otimizar o resultado do trabalho criado.
O que aprendemos?
Resumindo, com este artigo pudemos compreender que:
- o MVP é a combinação do que é viável em termos de mercado, utilizando custo e esforço mínimo (o viável para o empreender que está começando).
- o MVP é necessariamente diferente do produto final;
- o produto mínimo viável deve centrar-se na ideia que será vendida;
- o produto minimamente viável existe para servir como aprendizado.