Cansado de ficar parado ao ver o empreendedorismo ser ensinado de forma distante da prática em diversas partes do país, ele iniciou uma pesquisa em 2009, por meio de livros, revistas e blogs sobre o tema, além de fazer contato com autores de diversas partes do mundo. Criou uma comunidade para fomentar o empreendedorismo em sua região, visitou o Vale do Silício e participou de inúmeros treinamentos dos mais variados tipos, inclusive dentro da faculdade número 1 em empreendedorismo nos Estados Unidos: Babson, em Boston, onde teve acesso a conhecimento e professores de primeira linha.
A primeira dificuldade também serviu de trampolim pois trouxe diversos aprendizados “Sempre fui muito curioso e boa parte do modelo desenvolvido tem a ver com isso, como os melhores conteúdos estavam em inglês, fui obrigado a aprender a língua, pois precisava me comunicar com os autores, trocar ideias e experiências. O resultado foi animador, e em poucos meses de muito esforço já trocava e-mails e conseguia ler muito artigo sem a ajuda do tradutor.”
Para validar seu aprendizado o professor Claudio Brito, precisava aplicar no seu negócio os conhecimentos recém-adquiridos. “Vi com nitidez o abismo entre a teoria e a prática ou, algo muito pior, o baixo preparo do ensino superior para treinar futuros empreendedores. Isso me levou a estudar com mais vontade. Fiz curso de Coaching, busquei livros sobre o comportamento humano e, pouco a pouco, um quebra-cabeça foi se montando, entendia as coisas com mais clareza e as necessidades iam ficando mais óbvias. Troquei as férias por mais trabalho e estudo! Fui morar no Vale do Silício com a minha esposa, queria estudar inglês, conhecer gente nova e entender melhor porque as coisas funcionam bem por lá… Conheci Steve Blank, um famoso guru do empreendedorismo inovador… Não sabia aonde toda essa busca ia me levar, mas de alguma forma, sentia que estava no caminho certo. Não podia mais continuar dentro da faculdade! Precisava me concentrar mais nos negócios e nos estudos. Assim que pedi demissão da faculdade onde trabalhava, fui convidado para ser Facilitador do Empretec, treinamento da ONU realizado em todo mundo, focado no comportamento empreendedor e que no Brasil tornou-se um sucesso pelas mãos do Sebrae, que exporta seus melhores facilitadores para várias partes do mundo. A ideia me animava muito pois casava perfeitamente com o meu projeto de vida. Pude então conhecer facilitadores do Brasil inteiro e ter acesso aos bastidores de um dos melhores treinamentos para empreendedorismo do mundo: era mais uma peça do quebra-cabeça que aparecia na minha frente e eu a agarrei com todas as forças, estudando com afinco cada detalhe do seminário.”
Quase 2 anos depois, recebi indicações para o meu credenciamento, processo longo e interrompido parcialmente pelo nascimento do meu filho. Mas uma vitória considerável, pelo nível de exigência pela qual um facilitador iniciante passa. Aquela insatisfação com o modelo de ensino do empreendedorismo era menor, porém, sabia que o Empretec ainda não era acessível para muitos empreendedores e não atendia bem os empreendedores em estágio inicial. Além disso, possuía elementos suficientes para criar um treinamento diferenciado, pois coletara bastante material e uma extensa rede de contato construída em 17 anos de mercado em várias cidades do Brasil. Era hora de fazer mais!
Aplicando as técnicas que havia aprendido, Claudio começou a oferecer mentoria gratuita para quem estivesse começando um negócio. “Nessa etapa, conversava com os empreendedores, queria saber suas angústias, dores e decepções. Fazia reunião via Skype, telefone ou qualquer outro meio conveniente e em qualquer horário, o que traz problemas para qualquer sujeito com esposa e filho recém-nascido, mas essa é outra história… A paixão pelo que eu fazia valia o sacrifício. Além disso, estava validando a ideia, algo que faz parte da metodologia empreendedora resultante da pesquisa e antes de colocar a metodologia no mercado, precisava entender bem os detalhes das necessidades desses empreendedores em estágio inicial. Com o sucesso dessa fase, estava próximo do lançamento do treinamento.”
No entanto, ainda sentia necessidade de deixar o modelo o mais acessível possível para o maior número de pessoas, desafio que foi superado com a adição de um pequeno detalhe ao modelo de negócio: o treinamento seria distribuído gratuitamente e, mais do que isso, faria o licenciamento baseado no Creative Commons o que permitiria amplo acesso a todo o material necessário para realizar o workshop para qualquer pessoa disposta a facilitar o conteúdo, dando a ela sem cobrar royalties, a possibilidade de contribuir com a evolução do modelo e utilizá-lo de forma comercial ou não. Com a novidade, a adesão dos primeiros co-criadores surgia de forma orgânica de várias partes do Brasil. E o número só cresce a cada dia.
Em tempo, no roteiro do Workshop criado constam 4 módulos: O primeiro deles focado em introduzir o participante no mundo das startups, trazendo conceitos como: Zeitgeist, calda longa, cruzando o abismo e canvas do modelo de negócio. Na sequência o participante pratica o desenvolvimento de clientes, sendo estimulado a criar personas para representá-los, usar o mapa da empatia para entendê-los e conversar com o seu público alvo para validar suas ideias. No terceiro módulo o participante irá trabalhar sua proposta de valor, o que precisa fazer para entregar o que promete, montar benchmark para comparação com concorrentes e criar um funil de vendas para trabalhar cada etapa comercial do projeto. Já no quarto e último módulo o participante irá apresentar sua ideia e receber feedbacks. A ideia é fazer uma grande imersão para que mesmo os participantes que ainda não tenham uma ideia, mas queiram empreender possam sair do treinamento com uma visão clara de como fazer ou que caminho seguir.
Para dar um direcionamento mais adequado à quantidade de requisições que vem recebendo, Claudio abriu um formulário de cadastro para os candidatos a facilitadores da metodologia, disponível em: http://acelerastartups.com